A palavra retrospectiva na véspera de ano novo é sempre a bola da vez, está em todas as bocas e meios de comunicação... então pensei que talvez fosse um bom momento de olhar para o que passou, não apenas em 2008, mas também nos últimos anos.
Dia ensolarado, corpo quente da prática, peguei minha bicicleta e sai "ao leo" pensando pensando pensando... até que as idéias foram clareando.
Comecei percebendo que minha maior dificuldade está em estabelecer raízes. Fui revendo os fatos... e lá estava eu, em algum lugar do passado, em uma vida dentro dos moldes da sociedade e de repente a "zica", jogo tudo para o alto e saio em busca do desconhecido em algum lugar do mundo.
E assim, dentro do meu padrão eu fui vivendo ou talvez sobrevivendo ao longo dos meus 29 anos... sempre feliz, e mesmo que inconsciente, elaborando o próximo destino.
A cada quilometro eu compreendia mais e mais toda a instabilidade dos acontecimentos, alguns momentos soltava umas gargalhadas, outros me percebia franzindo a testa... expressando todas as sensações.
Hoje vejo que a velocidade do tempo assusta... as travessuras de criança, a loucura da adolescência, virar 'gente grande', mulher de quase 30... e mesmo que cada fase tenha suas peculiaridades, minha vontade de viajar não pára. Porém, ser um adulto, demanda uma série de responsabilidades, e o que considero mais louco nisso tudo, é que além dos nossos padrões individuais, quando viramos adultos temos que assumir também padrões que a própria sociedade impõe: carreira, família, carro zero, corpo impecável, estar sempre sorridente, cheia de amigos/conhecidos e compromissos...
Será mesmo??? Prefiro acreditar que não... buscar pouco a pouco me libertar desses padrões, ou melhor, dessa pressão que somos submetidos e que parece piorar a cada ano:
se seguimos os padrões da sociedade a pressão vem de dentro do coração; se seguimos o nosso "feeling" a pressão vem de fora, dos outros que acreditam que sabem mais sobre você que você mesmo...
Portanto, em 2009 vou abandonar as promessas de sempre e seguir meu coração, porque lá no fundo, sou eu a única que verdadeiramente sabe o que me faz bem...
Sem padrões antigos, com novos padrões, revivendo padrões mal compreendidos e tentando entendê-los... sempre em busca de auto conhecimento e claro, libertação!!!