Quem somos

31 de jan. de 2011

O poema mais que perfeito!

Quando decido me entregar em 5 semanas seguidas de prática intensiva, meu corpo, representado por minha mente, meus pensamentos e meus processos começa a se expressar através das inevitáveis dores, que desta vez se tornaram mais intensas, talvez pela idade que avança ou apenas pela proporção relativa do tamanho de meus processos internos. Enfim, elas chegaram em um ponto de intensidade que me obrigaram a refletir profundamente, depois de serem tão questionadas, rejeitadas e um tanto malquistas obviamente por mim mesma. Enfim, me rendi a elas, refletindo e analisando cada ponto da dor...e um vizinho novo de tapetinho, em uma conversa sobre nossas dores, me empresta seu livro perfeito para o momento: 'Asana e Lesões em Astanga Yoga' (Matthew Vollmer). O nome me pareceu um tanto técnico e a princípio criei expectativas neutras achando que o livro explicaria cientificamente todas aquelas dores, travações e regressões dentro da minha prática. Estava um tanto enganada. E nem foi preciso chegar até o final do livro para entender tudo que se passa nesse momento de minha vida. Nas suas primeiras páginas encontrei esse poema chamado "Convite" de Oriah, uma anciã nativa americana:

"Não me importa saber como você ganha a vida.
Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em
satisfazer seus anseios do seu coração.

Não me interessa saber sua idade.
Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor,
pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.

Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua.
O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza,
se as traições da vida o enriqueceram
ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor.
Quero saber se você consegue conviver com a dor,
a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.

Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria,
a minha ou a sua, de dançar com total abandono
e deixar o êxtase penetrar até a ponta dos seus dedos,
sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas,
que nos lembremos das limitações da condição humana.

Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira.
Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo.
Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma,
ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.

Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia,
ainda que ela não seja bonita.

E se você consegue fazer brotar a sua própria vida a partir da sua presença.


Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu,
e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago
e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "Sim!"

Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem.
Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero,
exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito
para alimentar seus filhos.

Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui.
Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.

Não me interessa onde, o que ou com quem estudou.
Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.

Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se
nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia."

Seja 'Você' quem for!!

Gracious God, in the busy-ness of my day, I sometimes forget to stop to thank you for all that is good in my life.
My blessings are many and my heart is filled with gratefulness for the gift of living, for the ability to love and be loved, for the opportunity to see the everyday wonders of creation, for sleep and water, for a mind that thinks and a body that feels.
I thank you, too, for those things in my life that are less than I would hope them to be. Things that seem challenging, unfair, or difficult. When my heart feels stretched and empty, and pools of tears form in my weary eyes, still I rejoice that you are as near to me as my next breath and that in the midst of turbulence, I am growing and learning.
In the silence of my soul, I thank you most of all for your unconditional and eternal love.
Amen!

Em frente

"Diz-se que, mesmo antes de um rio desaguar no oceano, ele treme de medo.

O rio olha para trás, durante toda a jornada, vendo os cumes, as montanhas,

o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados,

e vê à sua frente um vasto oceano. Entrar nele nada mais é do que
desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar.

Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.

O rio precisa arriscar-se e entrar no oceano.

E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece,

porque apenas nesse momento o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano.

Mas tornar-se oceano.

Por um lado é desaparecimento. Por outro, renascimento.

Nós também só podemos ir em frente e arriscar."

Antonio Luiz Magalhães

29 de jan. de 2011

Viajar é minha sina

Não se admire se um dia
Um beija flor invadir
A porta da sua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê
Ai que saudade de ocê

Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Lhe mando um monte de beijos
Ai que saudade sem fim
Ai que saudade sem fim

E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Ocê caia no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê.

Ai que saudades de ocê
Vital Farias

27 de jan. de 2011

Apenas os entediantes se entediam

MAZANZAS
Nietzsche já resmungava sobre a valorização dos "intranquilos"; hoje, inclusive tememos o tempo livre
Por Thiago Momm

Há 132 anos, Nietzsche estava bastante preocupado com a velocidade do mundo.

"Por falta de tranquilidade, nossa civilização se transforma numa nova barbárie. Em nenhum outro tempo os ativos, isto é, os intranquilos, valeram tanto. Logo, entre as correções que precisamos fazer no caráter da humanidade está fortalecer em grande medida o elemento contemplativo", diagnosticou em Humano, demasiado humano.

Há 40 minutos, uma conhecida intranquila resmungou no Twitter sobre a falta do que fazer nas férias. Eu daria tudo para ver a reação entre bigodes do filósofo alemão ao ler tuitadas desse tipo por aí.

De Henry David Thoureau (1817-1862), preso por se recusar a pagar impostos, a Ken Kesey (1935-2001), preso oficialmente por porte de maconha, mas na verdade por ser um propagador de experiências lisérgicas Estados Unidos afora, muitas tentativas contraculturais foram feitas. À medida que o planeta se industrializava, muita gente levou a sério a busca por uma alternativa ao trabalho das 9h às 18h, mais de 200 dias por ano. Até que agora, pasteurizados e apequenados pelas padronizações, nos entregamos de boa vontade. As férias encurtam, e aos suspiros de sempre hoje se misturam reclamações sobre o tempo livre.
Ter liberdade para preencher o próprio dia não era para ser uma coisa boa? Nietzsche decretou que "aquele que não tem dois terços do dia para si é escravo", e que "se o ócio é realmente o começo de todos os vícios, então ao menos está bem próximo de todas as virtudes; o ocioso é sempre um homem melhor do que o ativo".

Tudo bem que, para os que se animam a ver aí um elogio à vagabundagem prolongada, Nietzsche tem um anticlímax: "Mas não pensem que, ao falar de ócio e lazer, estou me referindo a vocês, preguiçosos".

De qualquer maneira, ele enalteceu o valor do tempo livre.

Não voltava mais

Férias são subversivas. À medida que os dias livres passam, recuperamos a medida das coisas. Ao longo do ano, tomamos muitas decisões menores, automáticas. Nas férias, passam dez dias e, ao som do mar, luzes delirantes do sol nos olhos fechados, a vida te alcança, algum riponguismo assim.

Você deixa de cismar com compromissos e absorve o ano que passou. Mais dias livres, começa a harmonizar algumas coisas que há muito incomodam e se dá conta que outras - primitivismo no trânsito, coisas fakes supervalorizadas, mau caratismo, ligações para 0800, Armadinho - são mais difíceis de aceitar e...

...aí vem a agonia de muitos para voltar ao trabalho, às aulas. "Se eu tivesse mais 15 dias de férias não voltava mais", escutei outro dia. É vero. Com diferentes sortes e artimanhas, já tive várias férias de 40 dias ou mais. Retornar ao mundo depois de tanto tempo foi sempre mais melancólico.

Nem por isso eu abriria mão dessas férias compridas. O que é a vida sem elas? É preciso mais que aquele descanso ensanduichado entre o natal e o começo do ano para enxergar mais longe.

Boring people

Mas insista em pensar diferente e se prepare para ser visto como louco. Diz Nietzsche, voltando à carga:

"Com o enorme aceleramento da vida, o espírito e o olhar se acostumam a ver e julgar parcial ou erradamente, e cada qual semelha o viajante que conhece terras e povos pela janela do trem. Uma atitude independente e cautelosa no conhecimento é vista quase como uma espécie de loucura, o espírito livre é difamado."

Gerações com tantas opções como as nossas podem ir além. Gênios anteviram no progresso a chance de voltarmos a mascar um pouco de mato. Disse o presidente norte-americano John Adams (1735-1826): "Devo estudar a política e a guerra, para que os meus filhos tenham a possibilidade de estudar matemática, filosofia, navegação, comércio e agricultura e possam assim dar aos filhos deles a possibilidade de estudar pintura, poesia, música e cerâmica."

Sim, para algo assim serve o tempo livre. Para pensar diferente. Minha conhecida tuiteira que me desculpe, mas, como ouvi no genial seriado Mad Men (aliás, ótima pedida para as férias) outro dia, "only boring people get bored".

Sim, é exatamente isso. Apenas os entediantes se entediam.

A casa de hóspedes

O ser humano é uma casa de hóspedes.
Toda manhã uma nova chegada.
A alegria, a depressão, a falta de sentido, como visitantes inesperados.

Receba e entretenha a todos
Mesmo que seja uma multidão de dores
Que violentamente varrem sua casa e tira seus móveis.
Ainda assim trate seus hóspedes honradamente.
Eles podem estar te limpando
para um novo prazer.

O pensamento escuro, a vergonha, a malícia,
encontre-os à porta rindo.

Agradeça a quem vem,
porque cada um foi enviado
como um guardião do além.

Índia & Bahia


As vezes parece que estou em Mysore, Índia.. de repente uma música brasileira me trás de volta para o Brasil - Trancoso, Bahia.
Essa rotina de dedicação a prática é simplesmente demais. Assim como em Mysore, aqui em Trancoso minha única responsabilidade (além de me divertir) é com a prática e com o café da manhã.
Não poderia ter me oferecido nada melhor nesse momento, os colegas de prática, os novos amigos, tudo que o vilarejo tem para oferecer, a pousada cheia de mimos, os professores e todo o movimento...

26 de jan. de 2011

when they're conected

Saudade do meu Amor


Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Como eu quero viver com Você...
O Verdadeiro Amor que
não se desfaz!!

Vinícius de Moraes

24 de jan. de 2011

Na Bahia...

Pousada Quarto Crescente
Trancoso, BA 2011

...nós vagamos distraídas em devaneio em nossos tapetinhos, nas ruas de barro, nas praias cheias de coqueiros, em nossas dores, no sotaque baiano, mergulhando em água de coco, enfiando o pé na jaca e debaixo de chuva...

"Wandering re-establishes the original harmony which once existed between man and the universe." Anatole France
"Vagando se reestabelece a harmonia original que outrora existiu entre o homem e o universo."

20 de jan. de 2011

"Those who danced were thought to be insane by those who could not hear the music"
Angela Monet


13 de jan. de 2011

Um pouco de paciência


Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós...
Um pouco mais de paciência.

Lenine

2 de jan. de 2011

What a lovely way to burn.


Never know how much I love you, never know how much I care
When you put your arms around me, I get a fever that's so hard to bear
You give me fever - when you kiss me, fever when you hold me tight
Fever - in the morning, fever all through the night.
Sun lights up the daytime, moon lights up the night
I light up when you call my name, and you know I'm gonna treat you right
You give me fever - when you kiss me, fever when you hold me tight
Fever - in the the morning, fever all through the night.

Everybody's got the fever, that is something you all know
Fever isn't such a new thing, fever started long ago.
Romeo loved Juliet, Juliet she felt the same
When he put his arms around her, he said "Julie baby you're my flame"
Thou givest fever, when we kisseth, fever with thy flaming youth
Fever - I'm afire, fever yea I burn forsooth.
Captain Smith and Pocahontas had a very mad affair
When her Daddy tried to kill him, she said "Daddy-O don't you dare"
Give me fever - with his kisses, fever when he holds me tight
Fever - I'm his Missus, Oh daddy won't you treat him right.

Now you've listened to my story, here's the point I ha
ve made:
Chicks were born to give you fever, be it Fahrenheit or Centigrade
They give you fever - when you kiss them, fever if you live and learn
Fever - till you sizzle, what a lovely way to burn.
What a lovely way to burn.

1 de jan. de 2011

Simplesmente SER

Já que vibrar algo para o novo é a energia do momento..

Espero que 2011 seja um ano simples,
que possamos viver as coisas como elas são.
Que tenhamos foco e determinação
para fazer dos nossos sonhos nossa realidade.
Que possamos simplesmente SER,
sem frescura, sem teatros, sem máscaras.
Viver com intensidade e presença cada momento,
livre de expectativa e frustração.
Livre para amar, confiar e transformar.
Que possamos ser mais originais,
com pensamentos e ideias claras,
planos palpáveis e concretos.
Enfim, que possamos levar a vida numa boa...


Novo dentro de você

"Para ganhar um ano-novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."

Carlos Drummond

Essa coisa de ano novo, vida nova, tudo novo... mais felicidade, mais isso e mais aquilo tem me deixado confusa.
A partir do momento que a gente se propõe a fazer um pedido, é porque deseja alguma mudança. Mais ou menos assim: se não estou acertando nos relacionamentos, faço um pedido para melhorar algo nesse quesito.
Parece inteligente e bem humano. Se não está bom, queremos que melhore...
Entretanto, percebo que as pessoas estão sempre incomodadas e com um certo medo de mudar as coisas como elas estão. Não mudam e nem aceitam, apenas reclamam... viram o ano e apenas pedem mais e mais como se a felicidade fosse fruto de um novo número que simboliza um outro ciclo. Para alcançar todas essas vibrações e preciso uma nova atitude, um novo olhar sobre o que passou, um entendimento, talvez. Apenas isso...

Enfim, não quero julgar e nem intervir em nada, apenas super concordo com a citação aí de cima. Merecer e viver algo novo, quer dizer estar livre e aberto para viver o que vier com coragem, amor e aceitação, pois o novo está na forma como você encara o mundo, você mesmo e não necessariamente no ano que virá.