Nosso personagem viaja pelo mundo há algumas décadas atrás das ondas perfeitas e da perfeição em si mesmo, ou o que alguns chamam Deus. Não acredita na morte do sonho, pois sabe que seria a morte da vida.
Vai leve, com apenas uma mochila suprida de algumas peças de roupa, uma caneca de madeira e outros pequenos utensílios. Um violão e uma única prancha de surf, sem capa, completam as suas posses. O seu itinerário não é planejado racionalmente. A intuição manda na bússola. Uma folha que cai pode sugerir uma mudança drástica de rumo. Não há metas. Existe apenas o momento em movimento.
Não gosto de dizer a sua origem, pois se considera um cidadão do mundo, ou do universo, como costuma frisar. Mesmo a sua etnia permanece obscura, já que a pele tem um tom indefinível por baixo do bronzeado permanente.
As costas e o tronco como um todo são proporcionalmente mais largos e fortes do que as pernas, devido a prática de anos remando através das arrebentações em mares e recifes dos cinco continentes.
Costuma andar bastante entre uma e outra carona a fim de conhecer os moradores locais e vivenciar o mundo no ritmo natural dos olhos, evitando transportes públicos, ou “ladrões de saúde”, que é como se refere aos modernos “facilitadores” de locomoção que lhe roubam a oportunidade de caminhar. Considera essa atividade básica essencial para o seu bem estar físico e mental, e lamenta silenciosamente que este hábito atávico da raça humana tenha se perdido na chamada vida moderna, com os motores roubando a função das pernas.
Apesar de ser do tipo quieto, faz muitos amigos por onde passa, guardando-os no coração e na memória quando parte. Não se escraviza na ilusão do apego, pois percebe a natureza dos momentos: únicos, chamais se repetindo.
Fez a procura a sua missão. Do movimento, dentro e fora d’água, sua crença. Sente a evolução do seu espírito em cada inspiração. E ao expirar avança no entendimento. Para quem imaginava que não haveria mais lugar para uma alma errante, limpa e silenciosamente inquisitiva ele traz esperança.
Escreve cartas para se ouvir, embora também as envie, até onde tem conhecimento, somente para o surfista e escritor Sidão Tenucci, que nos faz o favor de transcrevê-las.
Vai leve, com apenas uma mochila suprida de algumas peças de roupa, uma caneca de madeira e outros pequenos utensílios. Um violão e uma única prancha de surf, sem capa, completam as suas posses. O seu itinerário não é planejado racionalmente. A intuição manda na bússola. Uma folha que cai pode sugerir uma mudança drástica de rumo. Não há metas. Existe apenas o momento em movimento.
Não gosto de dizer a sua origem, pois se considera um cidadão do mundo, ou do universo, como costuma frisar. Mesmo a sua etnia permanece obscura, já que a pele tem um tom indefinível por baixo do bronzeado permanente.
As costas e o tronco como um todo são proporcionalmente mais largos e fortes do que as pernas, devido a prática de anos remando através das arrebentações em mares e recifes dos cinco continentes.
Costuma andar bastante entre uma e outra carona a fim de conhecer os moradores locais e vivenciar o mundo no ritmo natural dos olhos, evitando transportes públicos, ou “ladrões de saúde”, que é como se refere aos modernos “facilitadores” de locomoção que lhe roubam a oportunidade de caminhar. Considera essa atividade básica essencial para o seu bem estar físico e mental, e lamenta silenciosamente que este hábito atávico da raça humana tenha se perdido na chamada vida moderna, com os motores roubando a função das pernas.
Apesar de ser do tipo quieto, faz muitos amigos por onde passa, guardando-os no coração e na memória quando parte. Não se escraviza na ilusão do apego, pois percebe a natureza dos momentos: únicos, chamais se repetindo.
Fez a procura a sua missão. Do movimento, dentro e fora d’água, sua crença. Sente a evolução do seu espírito em cada inspiração. E ao expirar avança no entendimento. Para quem imaginava que não haveria mais lugar para uma alma errante, limpa e silenciosamente inquisitiva ele traz esperança.
Escreve cartas para se ouvir, embora também as envie, até onde tem conhecimento, somente para o surfista e escritor Sidão Tenucci, que nos faz o favor de transcrevê-las.
Suas aventuras ao redor do globo são a materialização de um pensamento vívido e constante: a autodescoberta através da procura de si mesmo nas ondas. Seu instrumento de luz, a prancha. Seu território, os oceanos. O chão que passa por baixo dos seus passos podem ser as planícies da China ou as montanhes e vales do Brasil. Não importa, ele sempre alcança o mar.
Prefácio do Livro O SURFISTA PEREGRINO
por Sidão Tenucci
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