30 de out. de 2010
Preciso morrer
Ufa
29 de out. de 2010
Saia do meu caminho
28 de out. de 2010
"Sacrifício" de amar
"A experiência amorosa exige sacrifício. Não se ama para ser recompensado. O amor é sua própria recompensa. Não resisto em citar Drummond falando da poesia coisa parecida: “Poesia, o perfume que exalas é tua justificação”. Não há amor fácil, mas todo amor é maravilha, saúde, “remédio contra a loucura”, coisa que Guimarães Rosa ensinou. É a experiência humana mais exigente. Não é contrato, troca de favores, investimento, é entrega e compromisso.. Do “sacrificio” de amar nasce a mais perfeita alegria. Ninguém faz cara feia quando se sacrifica por amor. Não se trata de anulação, subserviência de quem ama, trata-se da morte do ego, tarefa a ser feita até o último suspiro.”
Adélia Prado (depoimento dado a Revista Lola Magazine – Outubro/10)
Feliz Aniversário!
26 de out. de 2010
Emocionada!
24 de out. de 2010
21 de out. de 2010
O laço e o abraço
20 de out. de 2010
Processadas unidas...
19 de out. de 2010
Como sempre, processada!
“Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.”
Clarice Lispector
17 de out. de 2010
The Sound Of Silence
O Som do Silêncio
14 de out. de 2010
A Razão do Coração
12 de out. de 2010
Para se amar muito mais!
Now Testify
10 de out. de 2010
E por falar em estilo...
Estilo, sim. Mas qual?
Danuza Leão
Passei parte da vida lendo revistas de moda tentando seguir seus mandamentos, e o que aprendi até hoje – além de saber que às vezes as saias estão mais ou menos curtas – é que o fundamental é encontrar seu próprio estilo; só que, por mais que tenha me esforçado, até hoje isso não me aconteceu. Afinal, qual é o meu estilo? Quando vejo um filme na TV, com a atriz de franjona, pego uma tesourinha e corro para a frente do espelho para cortar a minha. Na semana seguinte, vejo outro e já providencio um megahair para alongar a mesma franja. Enlouqueço quando vejo as vamps dos anos 1950, adoro um longo vermelho de Valentino, acho Audrey Hepburn a mulher mais elegante que já existiu, mas também não resisto a um jeans com botas de cobra, bem Brigitte Bardot (ou chacrete, se preferirem). Passo temporadas morta de fome, só tomando água, para ficar magra; quando canso, decreto que mulher de verdade deve ser um pouco mais cheinha, caio de boca no chocolate e depois, desesperada, passo a comer só aos domingos. A vida é muito complicada.
Na verdade, para se ter um estilo é preciso saber quem se é, e aí a coisa vai ficando mais difícil. Acho que para saber mesmo quem eu sou, só perguntando a um analista, mas, como já passei por vários e ainda não me encontrei, talvez não seja por aí. Será que nasci para me vestir na alta-costura ou prefiro um jeans com camiseta? Sapatos do designer francês Louboutin ou tênis Adidas? Afinal, qual é meu estilo? Confesso que não sei.
É que nós, mulheres, nunca somos uma só. Um dia queremos sair “vestidas para matar”, já no outro dia de pretinho básico e colar de pérolas, chiquérrimas, na semana seguinte incorporamos uma alta executiva, e, dependendo do namorado do momento, trocamos a decoração da casa, o time de futebol, viramos chef de cozinha. E isso lá é ter estilo? Claro que não. Pensei em contratar uma personal stylist, mas se eu, que me conheço há tanto tempo, não sei quem sou, como é que ela vai saber? Talvez um anúncio desse resultado: “Procura-se um estilo”. Isso me faz lembrar de um amigo, casado com uma atriz que toda manhã lhe perguntava: “Quem você quer que eu seja hoje?” Eu já tive vários estilos: fui elegante, um pouquinho hippie, esportiva, já usei salto 12, aos 17 anos passava pancake e batom vermelho desde a manhã, já fui ruiva, morena, fui loura, segui a moda, contestei a moda, e, se para ter estilo é preciso ser fiel a ele a vida toda, a única pessoa que realmente tem estilo no mundo é Elke Maravilha. Ela é ainda mais: é estilosa.
Estilo tem a ver com personalidade, e acho que meu problema é ter várias: às vezes sou feminista, às vezes machista, às vezes a favor do casamento, às vezes contra, e assim tem sido minha vida. Há quem diga que quem tem muitas personalidades não tem nenhuma, assim como quem tem vários estilos não tem nenhum, mas já me conformei e estou feliz assim. Penso que passar a vida com um estilo só deve ser monótono; não tenho estilo, mas me divirto muito.
8 de out. de 2010
Como dizia o Poeta
Feliz Aniversário
Why Worry?
5 de out. de 2010
4 de out. de 2010
É dando que se recebe
Nada é só bom
Por Eliane Brum
Vejo tanta gente sofrendo por aí, achando que sua vida está aquém do que deveria ser, porque tudo deveria ser só bom. Não sei quando nos enfiaram garganta abaixo esta ideia absurda de um estado de felicidade absoluta. Uma espécie de nirvana a ser alcançado em que nada mais nos perturbaria e que seríamos felizes para sempre. Na verdade, só há um jeito de isso acontecer: podemos ser felizes e mortos. Porque este estado imperturbável, imune à vida, só se alcança na morte.
Acho que a grande causa atual de infelicidade é a exigência da felicidade. É o deslocamento do lugar da felicidade para o centro da vida, como um fim a ser alcançado e a medida de uma existência que valha a pena. Se nos lembrarmos bem dos contos de fadas, o “e foram felizes para sempre” era exatamente o fim da história. Era quando o conto morria num ponto final porque não havia mais nada relevante para ser contado. Tudo o que interessava, o que nos hipnotizava e nos mantinha pedindo a nossos pais ou à professora ou a nós mesmos “de novo, conta de novo”, era o que vinha antes. O desejo, as turbulências, os avanços e recuos, os tropeços e os arrependimentos, os erros, o frio na barriga, a busca. Tudo aquilo que é a matéria da vida de todos. O que realmente importa.
Acho impressionante a quantidade de adultos pedindo um final feliz para as suas vidas, para suas histórias de amor, para o sucesso profissional. Não há nenhum mistério no final. Independentemente do que cada um acredita, o fato é que no final a vida como cada um a conhece acaba. Para viver, o que nos interessa não são os pontos finais, mas as vírgulas. Os acontecimentos do meio, o enredo entre o primeiro parágrafo e o último.
A ideia de felicidade como um fim em si mesmo encobre e desbota tanto a delicadeza quanto a grandeza do que vivemos hoje, faz com que olhemos para nossas pequenas conquistas, nossos amores nem sempre tão grandiloquentes, nosso trabalho às vezes chato, como se fosse pouco. Apenas porque nem a conquista nem o amor nem o trabalho é só bom. E há uma crença coletiva e alimentada pelo mundo do consumo afirmando que tudo deveria ser só bom. E se não é só bom é porque fracassamos.
Deixamos então de enxergar a beleza de nosso amor imperfeito, de nossa família imperfeita, de nosso trabalho imperfeito, de nosso corpo imperfeito, de nossos dentes imperfeitos e até de nossas taxas de colesterol imperfeitas. De nossos dias imperfeitos. Escolher como olhamos para nossa vida é um ato profundo de liberdade que temos descartado em troca de propaganda enganosa.
Tanta gente se esquece de viver o que está aí em troca desta mercadoria ordinária chamada de felicidade. Que, como toda mercadoria, tem essência de fumaça. Se tivesse de escolher entre esta felicidade de plástico que vendem por aí e a infelicidade, preferiria ser infeliz. Pelo menos, a infelicidade me faz buscar. E a felicidade absoluta é mortífera, ela mata o tempo presente.
Aliás, nada me dá mais medo do que gente que vive como se estivesse num comercial de margarina. Se aceitarem um conselho: corram dessas vidas de photoshop. Elas não existem. Gente de verdade vive do jeito possível – e tenta lembrar que o possível não é pouco. Isso não significa se acomodar, pelo contrário. Mas abrir os olhos para a novidade do mundo na soma subtraída de nossos dias, desejar a vida que nos deseja.
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