Quem somos

9 de mar. de 2011

Mulheres Viajantes

Mulher que viaja sofre, mas não se intimida; com espírito aventureiro, por mais patricinha que seja no dia-a-dia, acha que o vale, no final, é a jornada. Abre mão do secador, da chapinha ou daquele salto IN-CRÍ-VEL em nome da boa viagem; ou, se não abre, assume a mala pesada e não faz (muita) cara feia na hora de carregar (embora ame a ajuda de pontuais cavalheiros). Adora uma viagem romântica, mesmo que seja para uma cidadezinha de circuito das águas com mais idosos e crianças que qualquer outra coisa; mas consegue achar a mesma graça na própria companhia se tiver que – ou quiser – viajar sozinha. Aguenta brincadeiras de mal gosto por ser brasileira, cantadas chulas, olhares que desnudam; mas até que acha bom ouvir umas besteiras dessas pra levantar o astral lá pelo vigésimo dia da depilação vencida. E adora a bobagem de oferecerem camelos por ela em países árabes, mesmo que saiba que é mentira pra agradar turista. Enfrenta um dormitório lotado ou um quarto deliciosamente lindo só pra ela com praticamente o mesmo bom humor – desde que o banheiro seja limpo e cheirosinho, claro. Visita museus, monumentos, prédios históricos, mostras, galerias… e ainda arruma um tempinho precioso para compras – além de saber pechinchar como ninguém. Acha o consumismo exagerado absurdo, mas não consegue voltar de nenhum destino sem pelo menos um souvenir, por mais inútil que ele seja. Sabe fazer viagens econômicas mas encara cada upgrade como um investimento e não um gasto. Ainda não entende (e inveja positivamente) como algumas pessoas viajam com malas minúsculas quando somente sua necessaire é sempre imensa, capaz de ajuda-la, quiçá, a sobreviver durante dias perdida na selva. Dá chilique, grita e chora quando alguma coisa dá errado; mas, depois de extravasar, resolve as crises rapidinho (inteligência emocional feminina tem que servir pra alguma coisa, não?). Assume que se perde mais vezes do que gostaria; mas não tem a menor vergonha de parar quantas vezes necessário para pedir informações até sair da sinuca de bico. Adora conversar e fazer novas amizades ao longo da viagem mas, na hora que o vizinho de poltrona no avião resolve contar a ladainha da sua vida, lembra que não é tão sociável assim – e vê prazer em pequenos momentos de solidão voluntária. Vende o carro para conseguir bancar o sonho de ir a Paris – de novo. Vai pro meio da selva ou de deserto e entra no clima totalmente, mas não abre mão do batonzinho. Curte os dias na areia full time, mesmo quando não tem coragem de tirar a canga. Sorri mesmo com aquela menstruação inesperada que começou a descer justo no primeiro dia de praia. Tem medo antes de embarcar, e muito; mas, quando volta, nem lembra porque diabos refletiu tanto antes de viajar… porque é sempre tãaaaao legal!

Texto de Mari Campos publicado no Saia pelo Mundo em homenagem ao dia da Mulher.

Foto: Mammys relaxando com uma cervejinha choca na Índia.

3 comentários:

Marza disse...

perfetto!!

Kaká disse...

ora pois Rommie.. e não é que é perfeitíssimo mesmo.

disse...

sim, perfeito! Achei q vc que tava escrevendo amiga... hahaha