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22 de jul. de 2011

Campanha Ma-Pa-ternidade Consciente!

Essa semana, conversando com uma cliente e 'reclamando' os fatos de nossos diferentes ramos, fiquei um tanto abismada. Eu 'reclamei' dos clientes que chegam para comer no último minuto antes de fechar as portas do estabelecimento, justamente naquela hora em que se está apenas de corpo, pois a alma já foi embora há algum tempo, cansou do dia. Ela na mesma situação 'reclamou' que nunca consegue fechar a escola no horário determinado. Ela é proprietária de uma escola/creche e aqui entra meu espanto pelo fato. O simples fato de que os pais esquecem de buscar suas crianças na escola no final do dia. Pois é, ela até deu exemplos como: o pai vai tomar uma cerveja com os amigos no bar e esquece, a mãe acaba esquecendo pois estava na academia, e por aí vai...
E hoje li esse texto da revista Galileu escrito por um pediatra:

Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até a idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais, sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não é dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranquilidade. Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.

Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer os deveres de casa, educar, colocar limites.

Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping center.

Sou obrigado a fazer todas essas coisas? Claro que não. Mas ser pai e ser mãe também não é uma obrigação, sobretudo nos dias de hoje em que a vida oferece infinitas possibilidades. Trata-se de uma escolha. E, como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para a existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a amoralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.

Com a vida moderna, as crianças passaram a ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembre-se de que o futuro da humanidade vai depender dessas crianças que, provavelmente, chegarão aos 100 anos de idade. Fico triste quando, no consultório, a mãe não pode estar presente, ou o pai. E nem mesmo a avó: apenas a babá.

Deveríamos fazer uma análise tranquila antes da maternidade ou da paternidade. Queremos mesmo mudar nossa vida? Vamos ter condições de participar intensamente da vida desse novo ser? Se lograrmos essa consciência, tenho certeza de que o mundo irá melhorar.

Ter filhos é preciso muita paciência e consciência. Criar é fácil, educar não. Quer melhorar o mundo? "Seja a mudança (você e seu filho) que você quer ver no mundo." Já que se trata de uma escolha, não custa pensar bem. Não se preocupe se você não se sente preparado. Nossa espécie já está mais do que perpetuada e nas redes sociais você pode encontrar várias outras pessoas com a sua cara. Na dúvida, não tenha! Use camisinha!

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