Quem somos

14 de fev. de 2011

São Valentim!


Neste mundo virtual acabamos comemorando por tabela o dia desse padre romano, morto em 270 - Valentine's Day. E como sendo um blog com muito amor para dar, não dá para não fazer uma postagem sobre mais uma vez, o amor...ah, um grande amor...e todas conseqüências que isso possa acarretar. Sei que existem muitos, mas muitos motivos para desejarmos um grande amor, sejam eles fisiológicos, psicológicos, sociais ou simplesmente porque não tem nada mais divertido que todas as mudanças, sensações e acontecimentos que envolvem ter a coragem de viver um grande amor. Portanto, vamos relembrar mais um motivo sobre a origem desse sentimento de necessidade profunda. Segue parte da obra "O Banquete" de Platão, que eu li em um livro:
"Em um jantar o dramaturgo Aristófanes conta a história mítica onde havia deuses no céu e seres humanos na terra. Mas nós, seres humanos, não éramos como somos hoje. Tínhamos duas cabeças, quatro pernas e quatro braços: em outras palavras, éramos a fusão perfeita de duas pessoas, unidas de forma inteiriça num único ser. Havia três variações sexuais possíveis: macho/fêmea, macho/macho e fêmea/fêmea, dependendo do que combinasse melhor com cada criatura. Como já tínhamos o parceiro perfeito costurado no próprio tecido do nosso ser, éramos todos felizes. Assim, todos nós, criaturas de duas cabeças e oito membros, perfeitamente satisfeitas, percorríamos a terra como os planetas viajam pelo céu: sonhadores, ordeiros, sem sobressaltos. Não sentíamos falta de nada; não tínhamos necessidades desatendidas; não queríamos ninguém (será?) Não havia conflito nem caos. Éramos inteiros.
Mas, em nossa inteireza, ficamos excessivamente orgulhosos. E com esse orgulho, deixamos de adorar os deuses. O poderoso Zeus nos puniu pela negligência cortando ao meio todos os seres humanos de duas cabeças, oito membros e total satisfação, criando assim um mundo de criaturas sofredoras e cruelmente separadas, com uma cabeça, dois braços e duas pernas. Nesse momento de amputação em massa, Zeus impôs à humanidade a mais dolorosa condição humana: a sensação surda e constante de que não somos inteiros. Pelo resto da eternidade, os seres humanos nasceriam sentindo que faltava alguma coisa - a metade perdida, que quase amamos mais do que a nós mesmos - e que essa parte que faltava estava por aí, em algum lugar, girando pelo universo na forma de outra pessoa. Também nasceríamos acreditando que, se procurássemos sem parar, talvez um dia encontrássemos aquela metade sumida, aquela outra alma. Pela união com o outro, voltaríamos a completar a nossa forma original e nunca mais sentiríamos a solidão.
(...)
Mas Aristófanes avisou que a realização desse sonho de completude pelo amor é impossível. As metades originais se espalharam demais para que algum de nós consiga encontrar de novo a metade que falta. A união sexual pode fazer alguém se sentir temporariamente completo e saciado (diz ele que o orgasmo nos foi concedido por pena, para que sentíssemos unidos por algum tempo e não morrêssemos de depressão e desespero), mas no fim das contas, ficaremos sozinhos." (livro Comprometida de Liz Gilbert)

Bom, sei que o final do texto não é o mais romântico para a ocasião, mas curioso pelo fato de um cara nascido em 428 a.c., já entender essa nossa falta de alguma coisa...que não pode ser melhor preenchida por um grande amor...seja ele como for!

3 comentários:

Dan disse...

Então, o que você achou de "Comprometida"?

Abraço

Marza disse...

Então, ainda não terminei de ler...tenho esse péssimo hábito de querer ler vários livros ao mesmo tempo, esquecer uns, lembrar de outros, recomeçar a ler pela terceira vez... Mas enfim, a princípio achei um livro mais histórico do que romântico, porém não menos interessante para mim onde posso refletir mais sobre essa relação casamento/amor/necessidades. Quem sabe ao final da leitura (só não posso confirmar quando) eu lhe dou uma melhor opinião. Vc leu?

Abraço e apareça mais vezes ; )

Dan disse...

É...concordo com você, bem histórico ele. Demasiado histórico, eu diria (rsrsr), o que não deixa de ser interessante. Mas, confesso a você, que este talvez seja o caso por eu estar demorando tanto pra terminar. Cheio de épocas, datas...isso acaba me deixando meio "angustiada", já que não tenho uma memória das melhores.
E pra completar, também estou ou pelo menos estava, lendo outro livro, aí já viu!
Avisa quando terminar, pra a gente ver no que deu. rs

Abração! Estou sempre por aqui.