Quem somos

27 de fev. de 2011

Urgente

Daqui há uma semana volto para casa, incrível como o tempo passa rápido.. e mais incrível ainda o tudo que pode acontecer com a gente em tão pouco tempo.
Obviamente não sou mais a mesma, também não acho que estou assim tão diferente... um pouco mais processada com algumas questões importantes da vida, mas nada que não se resolva com o tempo - só espero que não seja assim "slowly slowly".
Estou sentindo muita URGÊNCIA - um aperto imediato de soluções breves.
Isso dá um medo... aquela sensação de água que bate na bunda.. sei lá.
Também já estou cansada desse conflito...

De qualquer maneira agora vou rezar.. rezar mais, muito mais. Com fé, diferente das orações do passado, agora vou rezar com devoção, muita entrega.
Parece papo de doida, e talvez seja, por que não?
Mas, minha lição India Trip II foi exatamente essa. Preciso devocionalmente me ajoelhar e agradecer por tudo, por ter nascido onde nasci, com minha família linda e do jeitinho que sou.
Preciso rezar para manter a luz... e clarear meu caminho.
Om Shantih

E na prática..


Uma adapta técnicas de Kung fu e a outra acha que vai sair voando..

24 de fev. de 2011

Assim eu espero..

"De repente as coisas não precisam mais fazer sentido.
Satisfaço-me em ser. Tu és?
Tenho certeza que sim.
O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência.
De certo tudo deve estar sendo o que é."
Clarice Lispector

23 de fev. de 2011

Enquanto isso...

...a outra parte do blog vai se adaptando ao novo local...e encontra uma prática de yoga perfeita para a Italia:
(vídeo postado no profile de uma amiga de facebook)

21 de fev. de 2011

Meus olhos de Índia





A verdade

Essas postagens anteriores não passam de uma fuga, o que é pior, fuga consciente.

Apenas o fato de registrar qualquer coisa sobre a viagem e não precisar escrever sobre eu mesma.

Muito mais fácil falar da vida dos indianos do que da minha própria, muito melhor tentar entender o universo paralelo ao meu.

Enfim, como disse nosso companheiro de café da manhã:


“everything is possible - but slowly slowly”

devagar, bem devagar - tudo é possível

20 de fev. de 2011

Tiruvannamalai


the place to be...

Pé na estrada.. ou no freio..




Primeira trip de carro na Índia, ulalá, havia esquecido do quanto era divertido e assustador o transito por aqui. Saimos de Mamallapuram, passamos por Ponchicheri e paramos em Auroville.

Chegar na comunidade não foi nada de extraordinário. Franceses ditando regras aos indianos e aquela cara de comunidade roots europeia. Tudo que queriamos era nos hospedar no guest house oficial, porém, burocraticamente uma noite não se encaixa nas regras impostas para o bom funcionamento do local.

Encontramos uma humilde casinha no meio do mato “Tender less Guest House” - amei!

O chuveiro era a céu aberto, tomar banho a noite olhando as arvores, estrelas e ouvindo a bicharada foi sem dúvida a melhor parte da trip.

O jantar foi preparado pela própria família, delícia, dessa vez rolou uma pimentinha.

No mais, tentamos conhecer o tal do Matrimandir, mas novamente batemos de cara na porta, nem seguer no jardim era permitido.

Depois de tanto blablabla, tomamos café com croissant e cookies e seguimos estrada rumo a Tiru.


Mamallapuram





Pegando uma prainha na Índia.. nada talvez tão divertido e bizarro ao mesmo tempo.

Indianos fortinhos nadando em mar aberto.. aparece um grupo carregando um que estava se afogando, cuspindo água.. indianas pulando ondinhas sorridentes nos seus coloridos saris.. água de coco.. picole.. templos no cenário.. frituras em plena luz do sol.. frutas e enfim, um mundo de diversidade em 300 metros de areia.

Hospedada na gringolândia ainda não mergulhei na pimenta. O cardápio é salada de frutas picadinha por eles e callamari noddles - om namah shivaya.

As compras foi um desastre passamos o dia carregando sacolas, visitando templos e parques.


18 de fev. de 2011

Samsara...

Monge argumentando seus conflitos quando resolve deixar a vida monástica para se aventurar nos desejos carnais e mesmo espirituais da 'vida normal':


Até a ele (Buda) foi concedida uma existência mundana, até 29 anos! Mas, desde que tinha 5 anos eu fui disciplinado a viver como Buda, após ele ter renunciado ao mundo. Por quê? Como podemos saber que o seu iluminismo não foi também um resultado direto de sua existência mundana? Onde está a liberdade a mim prometida após rígida disciplina monástica? E a prometida satisfação do nosso voto de celibato? "Não deves aceitar meus ensinamentos de pronto a menos, e até, que os entendas do teu próprio ponto de vista", disse ele uma vez. Tem coisas que devemos 'desaprender' para poder aprendê-las. E tem coisas que precisamos possuir para poder renunciar a elas.

(cena do filme Samsara)

Nas nuvens

Definitivamente eu desapeguei da responsabilidade de escrever no blog.

Tantas coisas acontecendo e eu digerindo muito mais em sensações do que palavras.

Bahia, foi uma verdadeira delícia, tranquilidade pura.

Mergulhei no movimento prática e vida mansa e descobri que não existe nada melhor, pelo menos foi a certeza que eu tive naquele momento.

Agora na Índia - no perrengue. Banho de balde com água fria, pé rachado, poeira, minha mãe na barca e tudo fluindo deliciosamente bem.

Tenho que assumir que estou me divertindo, processando e mantendo a vida que eu sonho em viver.


Foto: In the air, a caminho da Índia com minha camera nova.


14 de fev. de 2011

São Valentim!


Neste mundo virtual acabamos comemorando por tabela o dia desse padre romano, morto em 270 - Valentine's Day. E como sendo um blog com muito amor para dar, não dá para não fazer uma postagem sobre mais uma vez, o amor...ah, um grande amor...e todas conseqüências que isso possa acarretar. Sei que existem muitos, mas muitos motivos para desejarmos um grande amor, sejam eles fisiológicos, psicológicos, sociais ou simplesmente porque não tem nada mais divertido que todas as mudanças, sensações e acontecimentos que envolvem ter a coragem de viver um grande amor. Portanto, vamos relembrar mais um motivo sobre a origem desse sentimento de necessidade profunda. Segue parte da obra "O Banquete" de Platão, que eu li em um livro:
"Em um jantar o dramaturgo Aristófanes conta a história mítica onde havia deuses no céu e seres humanos na terra. Mas nós, seres humanos, não éramos como somos hoje. Tínhamos duas cabeças, quatro pernas e quatro braços: em outras palavras, éramos a fusão perfeita de duas pessoas, unidas de forma inteiriça num único ser. Havia três variações sexuais possíveis: macho/fêmea, macho/macho e fêmea/fêmea, dependendo do que combinasse melhor com cada criatura. Como já tínhamos o parceiro perfeito costurado no próprio tecido do nosso ser, éramos todos felizes. Assim, todos nós, criaturas de duas cabeças e oito membros, perfeitamente satisfeitas, percorríamos a terra como os planetas viajam pelo céu: sonhadores, ordeiros, sem sobressaltos. Não sentíamos falta de nada; não tínhamos necessidades desatendidas; não queríamos ninguém (será?) Não havia conflito nem caos. Éramos inteiros.
Mas, em nossa inteireza, ficamos excessivamente orgulhosos. E com esse orgulho, deixamos de adorar os deuses. O poderoso Zeus nos puniu pela negligência cortando ao meio todos os seres humanos de duas cabeças, oito membros e total satisfação, criando assim um mundo de criaturas sofredoras e cruelmente separadas, com uma cabeça, dois braços e duas pernas. Nesse momento de amputação em massa, Zeus impôs à humanidade a mais dolorosa condição humana: a sensação surda e constante de que não somos inteiros. Pelo resto da eternidade, os seres humanos nasceriam sentindo que faltava alguma coisa - a metade perdida, que quase amamos mais do que a nós mesmos - e que essa parte que faltava estava por aí, em algum lugar, girando pelo universo na forma de outra pessoa. Também nasceríamos acreditando que, se procurássemos sem parar, talvez um dia encontrássemos aquela metade sumida, aquela outra alma. Pela união com o outro, voltaríamos a completar a nossa forma original e nunca mais sentiríamos a solidão.
(...)
Mas Aristófanes avisou que a realização desse sonho de completude pelo amor é impossível. As metades originais se espalharam demais para que algum de nós consiga encontrar de novo a metade que falta. A união sexual pode fazer alguém se sentir temporariamente completo e saciado (diz ele que o orgasmo nos foi concedido por pena, para que sentíssemos unidos por algum tempo e não morrêssemos de depressão e desespero), mas no fim das contas, ficaremos sozinhos." (livro Comprometida de Liz Gilbert)

Bom, sei que o final do texto não é o mais romântico para a ocasião, mas curioso pelo fato de um cara nascido em 428 a.c., já entender essa nossa falta de alguma coisa...que não pode ser melhor preenchida por um grande amor...seja ele como for!

9 de fev. de 2011

Alguém que me entende

meu pé e a jaca por Marza Tozo


Nós gostamos de ROCK e somos loucos
Eles fazem besteiras e são normais
Que vivam os loucos de boa cabeça
E pela metamorfose da vida se tornem
MALUCO BELEZA!!

2 de fev. de 2011

A Invasão das gostosas

Por Ivan Martins

Faz tempo que eu não falava com a A.. Uns dois anos, eu acho. Mas bastou ela sentar na minha frente, sorrir e fixar em mim aqueles olhinhos cheios de perguntas para eu me lembrar, instantaneamente, de como essa garota é esperta. Sempre que a gente conversa, fica alguma coisa interessante.

Ontem, por exemplo, quando veio ao meu trabalho, ela contou uma coisa engraçada que eu quero dividir com vocês: A. jura que garotas cultas e inteligentes estão em crise desde que as “gostosas” invadiram o nicho de mercado delas.

Explicação: até o passado recente, segundo a minha amiga, teria funcionado uma divisão mais ou menos clara do mercado sexual. As lindas e gostosas ficavam com seus equivalentes masculinos – os caras bonitos e gostosos – e as mulheres normais pegavam aqueles que, por falta de um nome melhor, eu vou chamar de interessantes: homens boêmios, charmosos, inteligentes, cultos, mais velhos...

Por não serem bonitos ou jovens ou gostosos suficientes (provavelmente nenhuma dessas coisas), esses caras não atraíam a atenção das predadoras mais competitivas. Constituíam, portanto, um nicho sexual.

Para ocupar esse nicho, as interessadas desenvolviam características específicas. Liam muito. Viam bons filmes. Estudavam idiomas. Viajavam. Frequentavam o teatro. Melhoravam, enfim, o seu currículo existencial e cultural.

Afinal, seduzir os homens interessantes parecia requerer mais do que desfilar pela sala e passar as mãos pelo cabelo. Coisas em que elas, aliás, não eram muito boas. Com esses caras era preciso conversar. Era preciso ser também interessante.

Darwin entenderia essa situação perfeitamente, no espírito da adaptação e sobrevivência dos indivíduos. Se você não nasceu a Angelina Jolie, ainda tem chance de se tornar a Sofia Copolla. A diretora de Maria Antonieta e Virgens Suicidasnão é especialmente bonita ou sensual, mas, para milhões de tipos artísticos mundo afora, ela é imensamente atraente. Pelo talento, pelo charme, pelas coisas que faz e diz. Isso é um nicho.

Bom, qualquer que fosse a lógica desse arranjo, minha amiga diz que a divisão harmoniosa de mercado entre gostosas e inteligentes é coisa do passado.

Recentemente, movidas por razões não muito claras, as bonitas sem conteúdo (não confundir com as bonitas com conteúdo, que constituem um grupo à parte) teriam passado a se atirar sobre os homens para o qual não costumavam dar a menor bola: intelectuais, boêmios, artistas, sedentários e coroas, ou isso tudo junto. E os caras correspondem alegremente ao assédio, para indignação das mulheres que passaram anos se preparando para eles.

Não sei a queixa bem-humorada da minha amiga corresponde ao que acontece na realidade. Vocês, leitoras e leitores, me contem. Mas suponho que não. Como tantas coisas nas grandes cidades, é, provavelmente, uma falsa tendência, detectada por um pequeno grupo de amigas para quem o cenário transformado ao redor parece refletir o que acontece no mundo inteiro.

Mas, como eu disse no início, a história é engraçada – e dá o que pensar. Fui dividi-la com um colega de trabalho e ele rebateu instantaneamente: é falso, as mulheres bonitas sempre foram atraídas por homens inteligentes. Lembrou o caso de Marilyn Monroe, que foi casada com o teatrólogo Arthur Miller, um dos crânios americanos da geração dele.

Mas é fato, também, que Marilyn fora casada antes com o jogador de beisebol Joe di Maggio, uma espécie de Ronaldo americano da sua época.

E, qualquer que fossem suas preferências anteriores, Marilyn, morreu em 1962, aos 36 anos, aparentemente envolvida com o presidente John Kennedy, um homem considerado muito atraente, com fama de predador sexual.

O caso Marilyn é, portanto, totalmente inconclusivo.

Ele mostra apenas o que já se sabe: que as mulheres muito bonitas, sejam elas brilhantes ou não, têm facilidade para escolher companhias masculinas. E costumam se aproveitar disso para dar uma boa variada no estilo dos seus acompanhantes. Pensem em Carla Bruni. Ela começou a vida amorosa com roqueiros de fama mundial, passou por filósofos e, no momento, encontra-se com um presidente da República. Se tivesse tentado traçar sua biografia no caminho inverso é provável que também conseguisse.

Mas isso tudo pertence ao universo das celebridades. No mundo das pessoas reais, no qual eu vivo, alguns dos meus amigos coroas-boêmios-cultos namoram mulheres jovens e bonitas. Minha namorada me conta que duas amigas dela também estão saindo com homens mais velhos, que cabem no perfil intelectual. Uma amiga minha, mencionada recentemente nesta coluna, está fazendo o mesmo. Talvez haja de fato uma tendência.

Como eu tenho 50 anos, não nasci com o sorriso do Chico Buarque e gastei lendo o tempo que poderia ter dedicado à academia, sou suspeito para falar. Mas queria dizer uma coisa para a minha amiga A.: não se preocupe demais com a concorrência desleal das gostosonas. Ela é transitória.

Homens interessados por ideias acabam se voltando para mulheres que podem oferecê-las. As pessoas se distraem umas com as outras, são atraídas temporariamente pela diferença, mas é impossível ficar muito tempo com alguém que não fala a sua língua. É uma questão de valores, verdadeira para homens e mulheres. A gente sabe por experiência própria que o amor não é cego, mas já deveríamos ter aprendido que ele tampouco é inteiramente surdo.